
Pierre Culliford, mais conhecido como Peyo, nasceu em Bruxelas, em 1928. Começou a trabalhar aos 15 anos, primeiro como projecionista de cinema e, em seguida, em um estúdio de animação. Com o fechamento do estúdio, Peyo decidiu se dedicar aos quadrinhos. Suas tiras foram publicadas em diversos jornais diários, mas o começo não foi fácil. O sucesso só chegou quando ele passou a colaborar com a revista Spirou, onde criou a série Johan e Pirlouit. Foi justamente dentro dessa série que, em 1958, nasceram os Smurfs. Após a estreia dos pequenos personagens azuis, Peyo continuou trabalhando nas aventuras de Johan e Pirlouit e também nas histórias do gato Pussy. Criou ainda Benoît Brisefer, um garotinho de força extraordinária. No entanto, o fenômeno mundial dos Smurfs passou a exigir toda a sua dedicação. A partir de então, Peyo mergulhou completamente no universo dos Smurfs, até sua morte, em 1992.

Guy Delisle nasceu em Quebec, Canadá, em 1966. Estudou animação em Toronto e trabalhou em diversos estúdios ao redor do mundo, passando por países como França, Alemanha, China e Coreia do Norte. Durante suas experiências na Ásia, começou a escrever e ilustrar diários de viagem, resultando nos aclamados Shenzhen (2000) e Pyongyang (2003), que retratam suas vivências nesses países. Mais tarde, acompanhou sua esposa, integrante da organização Médicos Sem Fronteiras, em viagens a Myanmar e a Israel, onde produziu Crônicas Birmanesas (2007) e Crônicas de Jerusalém (2011). Esta última lhe rendeu o prestigiado Prêmio Fauve d’Or no Festival de Angoulême, em 2012. Atualmente, Delisle vive na França.

Nobuaki Minegishi (1959) é um desenhista de mangá. Entre suas principais obras, destacam-se Old Boy, Aburemon, Jungle, Teppen, Hoozuki, Joi Reika e Maboroshi ni Kakeru. Sua série Old Boy ganhou o Prêmio Eisner de 2007, na categoria Melhor Edição de Material Internacional (Japão), e foi adaptada para o cinema em duas ocasiões: em 2003, com a aclamada adaptação do cineasta coreano Park Chan-wook, e em 2013, com um remake dirigido por Spike Lee.

Garon Tsuchiya (1947–2018) foi um roteirista de mangá. Entre 1977 e 1979, estudou na escola Gekiga Sonjuku, fundada por Kazuo Koike. Trabalhou com Jiro Taniguchi, com quem criou as obras Ao no Senshi (1980–1981), Live! Odyssey (1981), Knuckle Wars (1982–1983) e Rude Boy (1984–1985). Seu primeiro grande sucesso foi Hard and Loose, feito em parceria com Kaiji Kawaguchi, em 1984. De 1996 a 1998, escreveu Old Boy com Nobuaki Minegishi.

Becky Cloonan nasceu em Pisa, Itália, em 1980. Reconhecida como uma das principais quadrinistas de sua geração, ganhou destaque ao colaborar com Brian Wood na série Demo, indicada a dois Prêmios Eisner em 2005. Foi a primeira mulher a desenhar o título principal do Batman em 2012, consolidando sua posição na indústria. Entre seus trabalhos mais notáveis estão Gotham Academy, para a DC Comics, e The True Lives of the Fabulous Killjoys, criado ao lado de Gerard Way. Cloonan também se destaca como artista de capas, com contribuições para editoras como Marvel, Image e DC Comics. Em 2024, conquistou o Eisner de Melhor Nova Série por Somna, em parceria com Tula Lotay.

Tula Lotay (Lisa Wood) nasceu em Yorkshire, Inglaterra, em 1975. Especializada em quadrinhos e ilustração editorial, é conhecida por seus trabalhos como artista principal em Bodies, All-Star Batman, Supreme Blue Rose e Scarlet Witch. Além disso, é uma prolífica artista de capas, colaborando regularmente com editoras como Marvel, DC, Image e Boom! Studios. Suas contribuições incluem capas para séries como Catwoman, The Walking Dead, Faithless e Bloodshot Reborn. Em 2023, conquistou o prêmio Eisner de Melhor Quadrinho Digital por Barnstormers, criado em parceria com Scott Snyder. No ano seguinte, recebeu outro Eisner, desta vez na categoria de Melhor Nova Série, pelo trabalho em Somna, realizado ao lado de Becky Cloonan.

Massimiliano Frezzato nasceu em Turim, Itália, em 1967. Aos 17 anos, ficou em segundo lugar no Concurso Nacional de Quadrinhos de Prato, o que lhe garantiu colaborações com o fanzine Nuvola Bianca e, mais tarde, com a revista Cimoc. Entre 1996 e 2010, criou sua obra mais famosa, Os Guardiões do Maser. Com ilustrações exuberantes e um universo ricamente construído, a série lhe rendeu reconhecimento internacional. Composta por oito volumes, os dois últimos foram desenhados por Fabio Ruotolo. Entre outros projetos, destacam-se o diário de viagem Tour de France (2005) e Eropinocchio (2010-2011), uma abordagem subversiva do personagem Pinóquio. Frezzato faleceu em outubro de 2024, aos 57 anos.

Doug Firmino é ilustrador e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Universidade de Brasília. Sua obra explora temas como medicina forense, a finitude do corpo e a estética do grotesco. É autor de Boca de Bueiro (2024) e colaborador em diversas antologias, tanto nacionais quanto internacionais, publicadas por editoras independentes.

Al Covial (Alain Boussillon) nasceu em 1959, em Bazas, França. Mais interessado pela pintura do que pelos quadrinhos, cursou a Escola de Belas Artes de Bordeaux no início dos anos 1980. Publicou suas primeiras ilustrações e histórias em fanzines e revistas, como PLGPPUR, Censuré (um breve concorrente da Fluide Glacial) e Circus. Em 1984, durante a Feira do Livro de Lyon, conheceu Arno, com quem formou uma parceria marcante. No ano seguinte, colaborou com Arno em Alef-Thau. Em 1988, lançou seu primeiro álbum, La Bouteille à l’Encre, pela editora Florentin. No entanto, a editora fechou pouco tempo depois, levando consigo os direitos autorais da obra. Durante os anos 1990, seus desenhos na revista Le Lézard chamaram a atenção de Jean-Pierre Dionnet, que escreveu o roteiro de uma série que, apesar das expectativas, nunca foi concretizada. Em 1998, Covial assumiu a arte do oitavo volume de Alef-Thau, O Triunfo do Sonhador, após a morte de Arno. Além de seu trabalho em quadrinhos, Covial também produziu ilustrações para publicidade e imprensa ao longo de sua carreira.

Arno (Arnaud Dombre) nasceu em 1961, em Paris, França, filho de mãe finlandesa e pai francês. Sua infância foi marcada por constantes viagens, acompanhando as missões de seu pai, um diplomata, em países como Iraque, Venezuela e Chile. Desde cedo, Arno demonstrou interesse pelo universo dos quadrinhos, criando suas primeiras histórias com os irmãos, escondidos dos pais, que não queriam quadrinhos em casa. Em 1977, retornou à França, onde concluiu o ensino médio e ingressou em uma academia de desenho. Em 1981, fez sua estreia na icônica revista Métal Hurlant, onde conheceu Alejandro Jodorowsky. Juntos, criaram a série Alef-Thau, que ilustrou até o sétimo álbum, publicado pela editora Les Humanoïdes Associés. Em 1985, na mesma editora, lançou Kids, uma coleção de histórias curtas sobre a infância, originalmente desenhadas para a revista Je Bouquine. Em 1993, lançou pela Casterman Augustin, la Croisée des Chemins, seu primeiro trabalho como autor completo. Após uma longa luta contra a dependência de heroína, Arno faleceu em decorrência da AIDS em julho de 1996, em Paris.